segunda-feira, 6 de julho de 2009

Na Cafeteria


Joana não queria ficar em casa naquele dia. Sentia que talvez perdesse algo se não se arrumasse e desse uma volta, mesmo sozinha. Estava angustiada.Então, escolheu uma roupa que julgava sexy, não caprichou no lingerie porque não tinha nada em mente, sua intenção era apenas aumentar a auto-estima. Já estava bem acostumada a andar pelas ruas e ouvir piadinhas do tipo: “Nossa, que dia lindo!”, “Não sabia que isso aqui era uma passarela...” ou até mesmo um “gostosa”, “Ô, lá em casa!” e etc.

Começou a andar pela avenida mais movimentada da cidade e os elogios, como sempre, começaram. Não se intimidava, isso era até motivo pra caprichar mais no rebolado. Seus pés já estavam doendo de tanto caminhar sem rumo quando avistou uma cafeteria, era bem simpática. Joana não era uma conhecedora do produto, nem tão pouco uma assídua apreciadora, mas tinha momentos em que sentia muita vontade de seguir seu olfato e degustar um bom café. Resolveu dar uma chance à sua intuição de que aquele era um bom momento.
Entrou e logo um funcionário trouxe-lhe o cardápio. Joana olhou, olhou...
-A senhorita vai querer o quê?
-O que me recomenda? Não entendo muito não, mas quero o melhor.
-Depende do gosto, senhorita. Quer experimentar alguns?
-Eu posso?
-Claro que sim.
Joana experimentou vários tipos de café, não imaginava que aquele universo fosse tão imenso, tão intrigante e tão envolvente. A cada palavra do funcionário seus olhos brilhavam com a desenvoltura, a habilidade, o entendimento que ele demonstrava. E começou a reparar nele. Achou-o bem bonitinho. Começou a reparar nas mãos dele enquanto ele manuseava a máquina, as xícaras, os grãos, etc. Tudo aquilo a remetia a assuntos sexuais e sempre tentava espantar as idéias absurdas que surgiam em sua mente, se sentia uma safada. Enganava-se achando que não era, mas sabia que, no fundo, era disso que gostava, da sedução.
-Posso fazer uma pergunta? Não me leve a mal, mas você sai que horas? Sabe, é que eu gostaria de saber mais sobre café. Achei tudo muito interessante. Claro que se não for te chatear ficar falando de trabalho depois do expediente...
-Posso sair agora mesmo, mas não quer ficar por aqui e experimentar mais enquanto te explico?
Sentiu um certo desapontamento, achava que ele tinha entendido suas intenções.
-Tá bom.
E continuou a explicar-lhe todo o passo do preparo, dos cuidados, das procedências. Foi quando ele pegou sua mão para sentir a temperatura certa em que deveria estar a água. Sentiu seu corpo todo se arrepiar de uma só vez naquele instante, um calafrio de desejo intenso. Era uma mão carinhosa e ao mesmo tempo máscula e certeira. O que faria? Nunca tinha passado pela sua cabeça viver uma situação dessa.
- Nossa, está muito quente, acho que queimei minha mão...
-Jura? Me perdoe.
Assim, ele segurou com muita delicadeza a mão de Joana e ofereceu-lhe um beijo carinhoso, e, em seguida juntou suas mãos às dela. Joana sentiu novamente aquele arrepio, só que dessa vez fora quase um gozo. Sabia que era intensa e podia oferecer a ele muito prazer. Era um misto de sentimentos. Seu corpo pedia aqueles lábios envolventes sobre ele. Sua razão dizia que não era certo nem conhecer direito uma pessoa e ir logo se entregando com tamanha volúpia, com tamanho desejo, com tanto tesão.
-Venha comigo que vou lhe preparar um Irish coffe.
-Que tipo de café é esse?
-Whisky, café expresso em fusão, chantilly e cereja.
Aquelas palavras soaram para ela como: boca, mãos, pernas e prazer.
-Que pena, estou sem cereja. Quer vir comigo comprar?
-Se eu não for incomodar.
-Claro que não.
Venha até aqui no meu escritório que vou pegar minha carteira e aproveito pra lhe mostrar nossas xícaras de porcelana trabalhadas em ouro 18K. São especiais. Para cliente vip. Brincou ele.
-E será que eu vou poder beber nessa xícara?
-Aí vai depender...
-De que?
-Se você for uma boa garota, eu deixo.
-E se eu for uma garota má?
-Hummmmmm. Não sei.
Naquele momento ele fechou a porta do escritório, travou a porta e puxou a cintura de Joana contra seu corpo lhe dando um beijo quente, puxando seu decote com voracidade, contraindo seu sexo em suas coxas, sem nenhuma palavra, sem nenhuma pergunta.
Joana queria dar o maior prazer possível a ele. Foi logo se desvencilhando dos sapatos, mas deixou que ele tirasse suas roupas, porque adorava ser despida, sentir que era desejada. Enquanto ele mordia seus seios num impulso louco e felino, ela estendeu as mãos e segurou o sexo dele com delicadeza. Depois ele começou a beijá-la com carinho, seus braços, seu umbigo, suas coxas e retornou ao seu pescoço e seios. Joana queria muito ser penetrada logo, mas sabia que devia fazer o mesmo, esquentá-lo primeiro. Então, ela começou a devorá-lo com a boca. Podia sentir um gosto inigualável, uma intensidade como nunca havia sentido. Até que ele a penetrou e Joana sentiu múltiplos orgasmos em poucos minutos de vai e vem. E depois de gozarem juntos, se abraçaram num carinho fervoroso quando Joana perguntou:
-E a cereja?

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